É tão perigoso.
Quem tentou, sabe.
Perigo de mexer no que está oculto -
e o mundo não está à tona,
está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar.
Para escrever tenho que me colocar no vazio.
Neste vazio é que existo intuitivamente.
Mas é um vazio extremamente perigoso:
dele arranco sangue.
Sou um escritor que tem medo da cilada das palavras:
as palavras que digo escondem outras - quais?
Talvez as diga.
Escrever é uma pedra lançada no fundo do poço.
9 comments:
Naela
Ler e meditar no que deixou dito Clarice Linspector, é ter a certeza de muita matéria de reflexão, como a apresentada.
João Moisés apresentou algo que viveu, fechou a casa e foi muito naturalmente.
Beijos,
Daniel
..adorei passear pelo teu blog..
..............:-)
Adorei o texto! Clarice Linspector é maravilhosa! o texto foi muito bem escolhido! Parabéns pelo seu blog!!!
Beijos em seu coração!
Eu tbm tenho medo do que escrevo... e do que fica escondido ou oculto em cada termo. Bom que até hoje ngm teve a habilidade pra interpretar a "dubialidade" das minhas páginas... rs
Beijo e obrigado pela visita e pelas palavras...
A Clarice é incrível. E escrever é, realmente, uma pedra lançada no fundo do poço. Do nosso poço... :) Bom resto de semana.
é uma pedra no fundo do poço, mas é também a vida a renascer em cada instante
beijo
Para escrever , é preciso abrir por completo o coração.
ESCREVER É UMA GRANDE RESPONSABILIDADE,UM COMPROMISSO INDISSOLÚVEL,INDESTRUTÍVEL...ESTÁ NO SANGUE
O TEXTO É PROFUNDO E CHEIO DE SIGNIFICADO...HÁ QUEM SE SIRVA DAS PALAVRAS COMO ESCUDOS...E ÀS VEZES MOSTRA-SE AQUILO QUE MAIS DESEJARÍAMOS ESCONDER...
HÁ PALAVRAS QUE SÃO TORMENTO,REVOLTA,LAVA,MÁGOA...LÁGRIMA
OU MAGIA, DOCURA , TERNURA ...ENCANTO
UM BEIJINHO SEM PALAVRAS
è verdade! escrever tem tudo isso e muito mais... tem pureza, leveza, sinceridade, tem aquele sopro de alegria, fantasia.... eu encanto-me, ás vezes rio, ás vezes sorrio, e escrevo mesmo quando choro... mesmo que não escreva aquilo que sinto... o importante é poder escrever, ter este gosto em juntar palavrinhas, todas certinhas e devidamente encaminhadas, as minhas amigas metaforas... depois ainda há aquele momento, aquele exacto momento em que as sopramos no pescoço de alguém, eu sou simples gosto de mimo, melhor ainda se tiver beijinho!
:)
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