Entre tantos olhares perdi-me,

porque sei que fui escolhida para seguir caminho,

mas não sei como fazer!
Pois jamais me senti a heroina de uma historia
e muito menos da minha!
É assim que quero ficar,

com o meu corpo deitado no deserto

e as lagrimas no olhar que se misturam com o pó da areia,

sujo mas irreconhecivel,

o cabelo em desalinho e a roupa branca, pura, virginal de tempos passados,

rasgado e cheio de nódoas de brigas entre o mundo e eu!
não, não me quero erguer,

é assim que me sinto bem,

a ironia do meu sentir,

pois desta maneira aceito o meu destino cruel e doloroso,

já não tenho forças para lutar, nem ver o Sol…

Anseio pela noite, a noite sem estrelas, apenas a Lua,

pois a claridade que vem dela é a unica luz que preciso!
Enquanto o amanhã não chega, abraço a minha solidão,

sou eu e ela mais unidas que nunca a contemplar o infinito,

a sua companhia doce envolve-me em seus braços vazios

e deixa-me ali a chorar,

sossegando o meu coração incerto e confuso,

ouvindo os meus soluços e dizendo-me num fio de voz

que o misterio da vida é mais doce

que a solidão de pertencer a mim!