Wednesday, December 23, 2009

...tu continuarás longe, a imaginar-me sem me entender.
E a noite continuará para sempre refletida neste espelho..
José Luis Peixoto...In Antidoto*

Monday, December 14, 2009

Ainda ontem...

Ainda ontem nasci, trazia comigo os sonhos de uma vida ainda por descobrir, olhei pela janela da minha casa feita de algodão e colori o céu com as aguarelas feitas de brinquedo, tal a minha meninice, ainda ontem não sabia das coisas feitas de pedra e gelo, apenas sentia os cristais.

O tempo passou tão rápido, olho-me ao espelho, minuciosamente aprendendo a conhecer os traços da minha expressão..deixo o estojo de maquilhagem a beira da cama e contemplo a minha imagem através dos olhos da minha inocência e descubro-me com um novo tom, imito uma marioneta, finjo-me uma boneca e tal e qual um filme a preto e branco, a minha voz não tem som...traduzo a linguagem dos sinais em pequenos fragmentos de vidro e renasço!Ainda ontem, brincava de esconde-esconde, corria para dentro do meu mundo e acreditava que jamais seria encontrada, fantasiava-me de Pierrot e fingia lágrimas não sentidas, porque por dentro ria-me tal a infinitude de ser criança.
Ainda ontem desenhava uma Arvore de Natal com tons violeta, um Pai Natal vestido de branco e um olhar feito de pétalas, abria as inumeras prendas imaginarias ao som da musica que tocava na vitrola de uma loja qualquer...

Nesse dia a magia da Vida ainda era imaculada!
Hoje despeço-me da minha inocência e pinto o rosto de alegria para que não vejam as dores escondidas, contorno varios caminhos a procura de mim...

Ainda hoje acreditei no ontem!

Thursday, December 3, 2009

As vezes é necessário...

As vezes é necessário asas para sentir a liberdade de estar em ti, um manto que me protege do vento lá fora e do fogo para incendiar as cartas do passado...deixa-me sentir as linhas que marcam as tuas palmas, prolongar a vontade de ser a tua identidade, parte do teu rosto e olhar através do teu olhar o mundo lá fora, porque ao penetrar no mais fundo de ti, sou a outra parte desta essência!

Deixa a porta entreaberta dos teus sentimentos, para que possa entrar em bicos de pés para não assustar as vidas passadas de quem te conquistou, leio as escondidas o diário dos teus sonhos, e nesta grandeza ocupo os meus dias na presença do teu espírito adormecido ao meu redor.
O teu perfume cola a minha pele, timidamente aproximo-me das lembranças pintadas de fresco nas paredes desta casa ainda por habitar, rasgo as cortinas para que o Universo flutue como um barco a deriva em mim, deixo as janelas abertas para que a brisa invada os espaços vazios da minha nudez!


Deslizo os dedos a procura do mapa do teu "eu", percorro as fragilidades que se escondem no teu íntimo, abortando as dores e todas as vozes que silenciam os sons da VIDA, contemplo o infinito, pintando a linha do horizonte com as cores do meu pecado.

é necessário um deserto para alcançar todas as almas solitárias e um Oásis para sentir que ao saciar a minha sede após um tempo de espera valeu a pena colar os teus lábios aos meus....

Monday, November 30, 2009

Monday, November 16, 2009

Fiz amor com a intensidade de uma chuva de Verão, abracei-me como se fosse a primeira vez após uma longa ausência entre a alma e o espírito, humedeci a tristeza com beijos e carícias infinitas, pois elas nos aconchegam como um manto quando sentimos frio, isolada entre a Vida e o precipício escolhi a solidão de me pertencer, vesti a pele de sentimentos imaculados, escondi as nódoas com um papel pardo e aromas de alecrim e vi um coração suplicando por um lugar dentro de mim...Abri a porta do meu olhar, debrucei-me para contemplar o amanhecer, fiz um desenho onde o Sol brilhava a cada instante, pisei na relva molhada sentindo a brisa que acaricia a liberdade, varri as folhas de Outono que escondiam partes de mim e abracei um novo começo..
Colori a tristeza de branco para me recordar da esperança, as lágrimas de azul para contemplar o mar ausente...

E num abandono doce, deixei que a Vida mergulhasse em mim!

Monday, November 9, 2009

"É que ela tem qualquer coisa
além de beleza qualquer coisa de triste
qualquer coisa que chora
qualquer coisa que sente saudade.
Um molejo de amor machucado.
Uma beleza que vem da tristeza
de se saber mulher."
( Vinicíus de Moraes )

Thursday, October 29, 2009

Criador?!

Ao ler o livro de Frankstein, o jovem físico de ciências naturais que constrói o seu monstro no laboratório, como a própria obra indica Frankstein não é o nome do monstro mas sim do seu inventor.
Ao ler os comentários de umas das frases que retirei do livro, apercebi-me que após um longo dialogo profundo e extremamente sincero, que esta frase tinha tudo a ver com as mudanças que nascem em nos por culpa de outrem...quem nunca mudou a sua forma de ser, por alguém?
Lemos todos os dias frases, livros que nos inspiram para ser um ser humano melhor, aprendemos a progredir para o sucesso de nos mesmos, mas esquecemos que o maior sofrimento é causado pelo homem.
Frankstein criou o seu monstro na certeza que estava a gerar um ser perfeito, passou dias, meses em seu laboratório, ocupando-se da sua criação.
E quando finalmente dera vida aquele que o ia perseguir ate ao resto da sua vida, ele o despreza, o abandona a margem de si e é ai que ele falha como seu Criador.
O monstro na sua deformidade, aprende a reconhecer por si mesmo, que é desprezado por ser diferente, no seu intimo queria ser aceite, amado e acarinhado.
Após uma longa temporada vivendo na solidão e com sede de amor, se escondendo do mundo pelos maus tratos causados pelos outros, o monstro descobre uma família que admira profundamente, por eles conhece a vida em sociedade e aprende a admirar as qualidades de seus protectores e a desprezar os vícios da Humanidade, mas atenção!
Ele é apenas um voyeur, ganha afeição observando-os de longe, chora com as suas lágrimas e ri com as suas alegrias e quando ganha coragem e os procura tal as vicissitudes dos seus infortúnios, eles acabam por fugir daquele que não passa de apenas um ser disforme e desprezível.
É ai que a catarse ganha outras tonalidades...o seu sofrimento era ampliado pelos sentimentos de injustiça e de ingratidão daquele que os havia infligido.
O que seria do monstro se Frankstein o tivesse aceitado e dado as bases necessárias de amor e compreensão, para que pudesse viver em sociedade, mesmo com todas as suas imperfeições e deformidades físicas e espirituais?

Friday, October 23, 2009

Olhei a minha vítima e o meu coração encheu-se-me de alegria
de um triunfo diabólico, bradei:
- Posso, eu também, criar o desespero!
Frankenstein
"Mary Shelly"

Tuesday, October 13, 2009

Bebo da minha loucura...

Bebo da minha loucura, tatuando as sombras que pairam no ar como páginas soltas, sinto-me liberta tal as nuvens que cobrem o céu...
Penetro no mais fundo do teu olhar e desembrulho o teu corpo, deliciando-me com o toque suave dos teus dedos entre a minha intimidade, abro caminho para que sintas o expoente de uma noite de luar!
Rendo-me a este jogo de sedução, entrego-me completamente subjugando a minha audácia na eternidade do teu ser...imploro que não pares de me tocar, imploro que sintas o tecido da minha pele a chamar por ti, que te encontres e te percas nas curvas do meu corpo prestes a atirar-se do precipício.
Sacio a minha sede, sede que se mistura de carências, de infinitas mortes, de uma mistura de sabores e de várias reencarnações em teus lábios, bebo deles engolindo a vida num só trago!
Inflamada pelo desejo, inspiro-me em teus sonhos que se tornam ardentes dentro de mim...
O Sol é sempre visível através do teu olhar, descubro a misteriosa força que atrai o desflorar de cada flor, peco-me desvirginado as pétalas que escondem a essência de um poeta.
E inadvertidamente exponho a minha nudez, salpico lágrimas num rio desenhado por ti, navego o meu ser nas ondas do teu mar, parte de mim transborda na incerteza, na incógnita...
Cada vez que te encontro, o meu amor aumenta mais um bocadinho, cresço mais uns centímetros e deslizo na suavidade infinita deste prazer!

Tuesday, October 6, 2009

Faltam-me as palavras,
Engoli as letras com sabor a amargo
E deixei o prato vazio de sentimentos.

Friday, October 2, 2009

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder… para me encontrar…
Florbela Espanca

Tuesday, September 22, 2009

Fui ao encontro de mim...

Fui ao encontro de mim, vesti-me com o meu melhor vestido, aquele que tu conheces tão bem, o teu preferido!
Enxuguei as lágrimas perdidas em teu olhar e alisei o tecido amarrotado dos nossos corpos que com o passar do tempo foram esquecidos e abandonados na cave da nossa existência, postos de parte por uma guerra qualquer entre o mundo e nos!
Perfumei a nossa alma com aromas silvestres, uma mistura de vida e ousadia carregada de novas emoções, contrastando com o vazio há muito penetrado em si.
Olhei para o espelho onde desenhei com os dedos carregados de batom e ligeiramente a tremer uma mensagem ao esquecimento, disse-lhe que ia ao encontro de mim e se me perdesse que fizesse o favor de ser feliz!
Caminhei ao encontro de quem conheço tão pouco ou quase nada, observei a minha imagem reflectida em todos as montras onde os manequins estavam mais vivos que eu e vi o meu rosto impassível na obscuridade do mistério...
Senti por instantes a subtil leveza da vida, desenruguei o pensamento antes perdido em sentimentos gastos e ressequidos pela falta de nuances e senti a imensa saudade que comanda as comoções, saudades de mim, pelas inúmeras ausências em que me perdi e o meu rosto contemplava-me com vontade de me ter eternamente....

Thursday, September 17, 2009

"Odeio as almas estreitas,
sem bálsamo e sem veneno,
feitas sem nada de bondade
e sem nada de maldade."
(Friedrich Nietzsche)

Wednesday, September 9, 2009

Legends...

Quantas vezes percorremos o vazio, ultrapassamos os sentidos na ignóbil certeza que temos garantias que a vida é um lugar maravilhoso de se estar!
Duvidamos que paralelamente ao nosso mundo, todos vivem da mesma maneira e quando damos conta somos bombardeados com imagens e vidas que não se igualam a nossa vivência, sujeitamos a questionar o que seria da vida sem nos!
Escolhemos percorrer a estrada na incerteza que teremos sucessos, outros não passam de meros espectadores da vida e ainda existem aqueles que não precisam de lutar, pois a sorte é lhes entregue na bandeja doirada de uma dádiva qualquer.Agora visto-me de espectador após longos dias, meses e anos a espera de um milagre generoso!
Escolho o caminho mais difícil, aquele em que crianças, mulheres e velhos necessitam de um tecto para morar, que não sabem que daqui a mais tarde irão se alimentar, que se abrigamAdd Image em escombros e olham para os céus na débil ideia que os seus "gritos" serão ouvidos.
Não preciso de mais exemplos para entender que a minha vida é uma bênção e que o "pouco" é muito pois tenho a escolha de ser livre e feliz!
Deixo de comparar para perceber que temos o que merecemos, e que o sentido mais integro da vida é sermos os "melhores" como seres humanos!
Auto-elogiamos por termos conseguido vencer uma guerra, quando milhares de outros inocentes morrem, ou perderam o mais precioso de si, sentimos orgulhosos quando damos a tal resposta ou temos a tal atitude de tratar o amigo, o parente, o estranho e o conhecido com a maldade que vive em nos....mas tudo isso são meras fragilidades de um ser perdido e que a única vitoria é não ter ganho absolutamente nada!

Olho ao redor e fecho as cortinas deste palco onde os monólogos são um mero texto escrito nas paredes invisíveis da vida, aprendi a relevar as coisas inúteis e a concentrar-me em amar aqueles que um dia vão partir...tal como eu também!
Faço do meu ensaio ainda tão prematuro um gesto simples e prometo-mo ajudar aqueles que precisam e não os que deixaram de acreditar!
A vida é uma incógnita, somos o espelho das emoções que habitam em nos...caminho sem nada esperar...


Tuesday, September 1, 2009

O Corpo

O Corpo...
Pediu ao Sol que descesse sobre si e rendesse a beleza das suas curvas perfeitas, anunciou a vida que estava preparado para o amanhecer...Observou minuciosamente as partes que comandavam as suas emoções, colocou a mão sobre o peito para ouvir a melodia orquestrada do seu coração ainda inocente e imaculado de tristezas. Principalmente ficou a contemplar O Corpo nos olhos de outro alguém, vê-lo acordar e perto de adormecer, deslizando a ilusão na periferia do seu sentir, húmido tal a suavidade da chuva de Verão, O Corpo deitado no seu leito, observou a noite que anunciava os seus sonhos, olhou para dentro se si a busca de compreensões, transportou-se para um lugar só seu...um mundo onde as palavras faziam eco e a natureza estava presente quanto a necessidade de uma tranquilidade qualquer!Parte de si transbordou na incerteza, na incógnita e a outra parte na transparência que procura o seu ser...O Corpo traduziu a linguagem dos sinais em sua pele, desvendando a alma perecível escondida num rio profundo que só as suas lágrimas conseguiam ver...declamando o lirismo nas linhas do seu rosto, colorindo o olhar de brilho e os lábios de vermelho suave...
Abriu espaço para desafiar o desejo que invadia inesperadamente através do toque delicado de seus dedos, sentiu o gosto molhado de penetrar-se em si mesmo, chamou por si declamando seu amor...

Monday, August 24, 2009

Mas nem sempre é necessário tornar-se forte.
Temos que respeitar nossas fraquezas.
Então, são lágrimas suaves,
De uma tristeza legítima à qual temos direito.
Elas correm devagar e quando passam pelos lábios
Sente-se aquele gosto pouco salgado,
Produto de nossa DOR mais profunda.

Clarice Lispector

Thursday, August 13, 2009

Tua!

Olhei no mais fundo do teu olhar com um sorriso de quem implora o teu ser! Invadi o prazer e entrei no quarto escuro de um sótão onde a escuridão se derrete com a luz do meu olhar, despi-me de receios, pus me nua perante a tua presença e sem nada dizer, encostei o meu corpo contra o teu, humedeci os teus dedos e deixei que deslizassem no mapa da minha pele, senti-te perdido, percorrendo os becos de uma cidade sem nome, ultrapassando as curvas misteriosas de quem entra no deserto de mim! Navegaste nas ondas perdidas dos meus seios a descoberta de um novo mundo, repousando as tuas emoções num jarro de agua fria onde as rosas perfumam o meu sentir...Saciei a sede de uma vida bebendo de ti, embriaguei-me de felicidade celebrando a vitória de quem alcança a primazia de um lugar nos recônditos do teu ser!
Fechei os olhos enquanto teu corpo comandava o meu, abracei o desejo apertando-te junto a mim e deixei que lesses o meu pensamento ilegível, silencioso e indolor.
Navegaste no meu navio, divango na minha alma...agora tua!

Direitos reservados - Naela

Friday, August 7, 2009

Os olhos continuaram a dizer coisas infinitas, as palavras da boca é que nem tentaram sair, voltaram ao coração caladas como vieram ““.

Machado de Assis*

Friday, July 31, 2009

Aurora!

A curiosidade tomou conta de mim, quando conheci Aurora pela primeira vez, vamos chama-la de Aurora pelo simples facto de tornar esta historia mais interessante, as vezes quando mantemos o anonimato das nossas personagens, desejamos que ela continue viva nos corredores da nossa mente.

Foi numa viagem a beira do abismo, onde o vento segurava-me sem hesitar que compreendi que a morte não tinha voz!


Do outro lado apercebi-me de um rosto meio adormecido, meio a sonhar, analisei a cicatriz profunda do seu rosto e toquei de leve como quem evita a dor novamente.
Esta era a marca e a lembrança quando somos arrancados de nos e deixados a deriva num pedaço de terra e jogados como fantoches.


Aurora contou-me o momento em que num dia bonito de Sol, passeava pela praia de Inhambane com as suas tranças a escorrerem pela cintura, a sua voz miudinha era uma canção, penetrei no fundo do seu olhar, salpicando as lágrimas de melancolia num manuscrito amarrotado e já amarelo pelo tempo, escondi as mãos para não mostrar o quão estavam gastas e vazias pelo sofrimento de ouvir um pedaço da sua vida abandonada e arrancada sem o seu consentimento.
Aurora tinha ido passear, caminhou pelas dunas como quem sente a intensidade da vida, deixou marcas dos seus pés na areia para fazer lembrar a sua praia que um dia estivera ali!
Ao longe um grupo de pescadores, o céu de um azul e depois o silencio...
estas eram as últimas recordações que ficaram gravadas no álbum de sua vida...para trás ficara a doce recordação de uma infância amada, de um pai que cuidara de si, da sua casa feita de palhota onde sonhara imensas vezes com o seu casamento com Marlesio...
Hoje Aurora reconhece que fora violada, tal a marca deixada em seu rosto desfigurado e apagado, levada para bem longe de sua casa e de seus amores:
- lá na cidade, sinhora, obrigaram-me a ser quem nunca quis ser!
No infinito do meu olhar vi vários rostos reflectidos por detrás do espelho do mar!




Quem tem o direito de nos tornar quem nunca desejamos ser! 


quem nunca desejamos ser?

Friday, July 24, 2009

Pecado!

Sinto de longe o teu pecado, a penitência de querer livrar-me desta ansiedade, desta espera e fico assim a escutar o bater do teu coração como uma melodia que promete jamais terminar!
O meu corpo perde-se neste labirinto ao encontro do teu, e a única saída é deixar-me perder novamente, para que a tua alma reencontre o meu desejo e sinta a sensação de desfolhar cada ausência tua.
Entrego-me por inteira, aconchego-me a ti, neste ninho feito de sonhos e ilusões onde a angústia do eu se dissipa, o alívio de ser tua sem a mascara de outrora revelam-se de mil formas, existir apenas...descanso neste leito onde as emoções mergulham na tua existência, deslizo as tuas mãos delineando os meus seios que despertam para a vida ao sabor dos teus beijos, desenho os teus lábios em meus lábios como uma escultura que aniquila o silêncio e a sede...
De repente deixamos as marcas do nosso corpo no lençol, o cheiro da nossa pele flui no ar, a janela do quarto esta aberta, como se o vento suspirasse saudade, trancamos a porta mas esquecemos da chave em qualquer lugar, e sem despedidas caminhamos soletrando gemidos e colorindo a vida de vários tons...
Resta apenas a unicidade da nossa existência fotografada na memória de nosso olhar!

Regresso.....Palavras sentidas, oh tempo! Cheguei...