Sunday, September 28, 2008

"Eu te esperei todos os séculos sem desespero e sem desgosto
e morri de infinitas mortes,
guardando sempre o mesmo rosto..."

(Cecília Meireles)

Tuesday, September 23, 2008

Palavras sem Sons...

Corro ao encontro das palavras....vislumbro uma sombra na escuridão do meu quarto, na certeza que és tu acendo as luzes...a imagem reflectida a momentos atrás desaparece!
Fico novamente na escuridão, na incerteza de ver um rosto sem nome, deito-me na inércia do meu sentir, envolvo-me em fantasias onde não existo e transformo as palavras em ondas do mar, que levam o meu espírito para um mundo sem sons....
Olho suspeita para as imagens que formam, as letras mergulham e as frases naufragam no meio da tempestade...e depois restam apenas frases desfeitas pelo tempo, amareladas pelas saudades, secas como folhas de Outono que varrem sentimentos perdidos em nos...
Resta o diário de mim, guardado em qualquer lugar...percorro as letras, beijo a caligrafia e os momentos que me obrigam a lembrar que tudo um dia existiu, jogo os sentimentos pela janela, as palavras desfazem e gritam por mim, finjo que não oiço, danço abraçada ao vazio, intimido a noite de chegar a mim e fecho-me na intimidade de todas as intimidades, percorro o corredor frio, as palavras se formam, um orgasmo dilacerante compõe os líricos deste sentir!
Deixo aberta a janela da alma, sinto a brisa que acaricia de leve o meu rosto salpicado de emoções, um novo dia forma-se na imensidão do meu ser, liberto todas as imagens que aprisionei durante a minha batalha com a vida, onde sai vencedor e vencida e corro ao sabor da liberdade que me espera, me condena e me apraz e na insolência deste sentir um novo ser nasce, baptizo com um novo nome e deixo sentir os primeiros raios de Sol que transgridem a própria realidade, um dilema que desliza em cada pedaço de meu corpo, tatuando o mapa da vida e dos sons!

Saturday, September 20, 2008

"Não é que vivo em eterna mutação,
Com novas adaptações o meu renovado viver
E nunca chego ao fim de cada um dos
Modos de existir.
Vivo de esboços não acabados
E vacilantes.
Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu,
Entre mim e os homens, entre mim e o“Deus”
(Clarice Lispector)

Tuesday, September 16, 2008

VIDA!

Percorri o deserto, vi o meu rosto em diferentes estacões
Deixei a minha marca na areia e abandonei a bússola
Para que o meu encontro com a Vida ressuscitasse-me a alma!
Perdi-me nesta busca infinita, nesta viagem solitária
Onde o oásis é apenas uma mera miragem ao Sol!

Livrei-me das roupas do passado, apenas sentindo a minha própria pele
Caminhei livre, num abandono doce e fervilhante
Adormeci na imensidão deste tapete feito de sonhos
E calei a felicidade com um beijo perdido
Nas entranhas do meu ser
Volúvel, insano e perdidamente apaixonado...
Tal e qual a vida que me esperava no infinito deste prazer!


Monday, September 15, 2008

"É melhor tentar, ao invés de sentar-se e nada fazer.
É melhor falhar, mas não deixar a vida passar.
Eu prefiro na chuva caminhar, do que em dias tristes em casa me esconder, prefiro ser feliz, embora louco, do que viver infeliz em são conformismo."
- Martin Luther King -

Friday, September 12, 2008

Tuesday, September 9, 2008

Monday, September 8, 2008

O Sol nas noites e o Luar nos dias...

Rodrigo contemplou por longos momentos a mulher que dormia em sua cama, os cabelos ocultavam o rosto, passou os dedos delicadamente pelos fios de cabelo para não despertá-la.

O olhar prendeu-se naquele rosto, os lábios partiam-se num gesto silencioso e a serenidade do seu dormir mergulhavam em sua identidade.
Deslizou o lençol que cobria parte do corpo, do seu lado a cama estava quente, tocou no inferno e sentiu o calor que emanava de sua pele, as pernas estavam semiabertas, os seios redondos e firmes cabiam em sua mão.
*****
Deitou-se perdido em pensamentos, não se lembrava dos acontecimentos da noite anterior, julgava estar consciente de todos os episódios, mas pela ausência deles estava certo que perdera a consciência em qualquer momento e agora estava assim...desesperado!
*****
No chão as roupas estavam espalhadas, abriu a carteira, espiou os pertences desta mulher que nem o nome sabia e viu um bilhete escrito com a sua caligrafia, dizia que se sentia só, que precisava de companhia, havia traços de poesia inacabada, rabiscos, nomes em vão, algarismos e a morada de sua casa...ah lembrava-se que tinha escrevinhado qualquer coisa...e na mesa ao lado estava uma mulher sentada sozinha com o olhar perdido, aproximou-se dela e entregou o tal bilhete!
*****
Caminharam em silencio, Rodrigo abriu a porta de sua casa e deitou-a na cama, murmurou palavras desconexas e soltou os cabelos presos deixando cair como uma cascata em seu peito, limpou as lágrimas beijando cada gota cristalina como um vinho raro e doce, bebeu e embriagou-se em seus beijos, ela cavalgou em si como um animal insaciável, buscando a liberdade, e ele deixou-se dominar pela sua força, caiu em seus braços afagando o seu desejo com o encanto de sua aura, despindo a fragilidade de seu ser!
*****
Ela adormecera em seus braços e os dois se perderam em seus mundos solitários...
Levantou-se sem fazer barulho, fechou as cortinas da vida deixando a escuridão inundar seu mundo, caminhou feliz para a cama, puxou-a para perto de si, ouvindo um gemido doce e num sussurro disse-lhe:
- Ainda é noite meu bem, temos a infinitude do tempo do nosso lado!

Thursday, September 4, 2008

Ontem senti-me amada, aquele amor que nos faz tão bem, que nos transforma para a vida!
Esta transformação começa pelo interior, nasce em nos sentimentos adormecidos, esquecidos pela dor, pensamos que é tudo fruto da nossa imaginação, do nosso pensamento cor-de-rosa e não queremos acreditar que é verdade...até que sem darmos conta sentimo-nos bem, sorrimos e estamos confiantes que aquele momento é parte da nossa historia, que ninguém ira mudar a situação! E foi nesse instante que algo transformou-se, que olhei para mim do outro lado do espelho e me amei, como um microscópio vi partículas mágicas que desencadeavam ao meu redor, senti a plenitude da vida e abortei-me de todos os fantasmas e estigmas que me punham na escuridão!Desvirginei-me da saudade latente que absorvia o meu pensamento incolor e adormeci feliz.

Escondi o grito através de um sorriso tímido, abracei o teu olhar e deitei-me do teu lado, tudo isso olhando apenas para mim...

Tuesday, September 2, 2008


" Eu escrevo para fazer existir e para existir-me.
Desde criança procuro o sopro da palavra que dá vida aos sussurros."
(Clarice Lispector)

Regresso.....Palavras sentidas, oh tempo! Cheguei...