Ao ler os comentários de umas das frases que retirei do livro, apercebi-me que após um longo dialogo profundo e extremamente sincero, que esta frase tinha tudo a ver com as mudanças que nascem em nos por culpa de outrem...quem nunca mudou a sua forma de ser, por alguém?


Frankstein criou o seu monstro na certeza que estava a gerar um ser perfeito, passou dias, meses em seu laboratório, ocupando-se da sua criação.
E quando finalmente dera vida aquele que o ia perseguir ate ao resto da sua vida, ele o despreza, o abandona a margem de si e é ai que ele falha como seu Criador.
O monstro na sua deformidade, aprende a reconhecer por si mesmo, que é desprezado por ser diferente, no seu intimo queria ser aceite, amado e acarinhado.

Após uma longa temporada vivendo na solidão e com sede de amor, se escondendo do mundo pelos maus tratos causados pelos outros, o monstro descobre uma família que admira profundamente, por eles conhece a vida em sociedade e aprende a admirar as qualidades de seus protectores e a desprezar os vícios da Humanidade, mas atenção!
Ele é apenas um voyeur, ganha afeição observando-os de longe, chora com as suas lágrimas e ri com as suas alegrias e quando ganha coragem e os procura tal as vicissitudes dos seus infortúnios, eles acabam por fugir daquele que não passa de apenas um ser disforme e desprezível.
É ai que a catarse ganha outras tonalidades...o seu sofrimento era ampliado pelos sentimentos de injustiça e de ingratidão daquele que os havia infligido.
O que seria do monstro se Frankstein o tivesse aceitado e dado as bases necessárias de amor e compreensão, para que pudesse viver em sociedade, mesmo com todas as suas imperfeições e deformidades físicas e espirituais?
