Monday, October 6, 2008

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim!...

(Florbela Espanca)

22 comments:

o que me vier à real gana said...

Mais um excelente blog. Parabéns!

vieira calado said...

Obrigado pela partilha.

Dois Rios said...

"Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus : Princípio e Fim!"

Dizer o quê, Naela? Que a Florbela é maravilhosa? Nem precisa, né?

Beijo,
Inês

Pierrot said...

Gosto imenso de Florbela Espanca
Pena que não a conheça assim tão bem, por passar infelizmente, ao lado de quem planeia o ensino neste país.
Ainda assim, e rosários á parte, parabens aqui pelo bonito poema e blog.
Já agora, conheces a musica brasileira com o mesmo titulo deste teu espaço?
Bjos daqui
Eugénio

Anonymous said...

Belissima escolha querida, doce melodia...

Tudo bem?

Beijito terno

Alessandra Castro said...

Tuas palavras conseguem ser sensiveis sem serem distantes. Uma delicia o texto.

Joseph 1 said...

Naela
Olá

Soneto maravilhoso e sentimental da grande FLORBELA ESPANCA.

A 1ª. quadra é a que escolhi:

"Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!"

Lindo, Lindo!...

Beijinhos doces, hoje, AMANHÃ e sempre;-)**

JOCENDIR CAMARGO said...

Seu blog é belo, gostoso e delicado...Parabens... ganhaste um leitor/admirador...

O Profeta said...

Atravesso o céu em sonhos
Três aves do mar, três raios de sol, três punhais
Seguem-me apontados à solidão
Ah este vento que sopra nos brandais


Vem partilhar comigo uma história real



Mágico beijo

mitro said...

Que belo poema, não é?

Sombra de Anja said...

foi um beijo onde não importava a boca
só tuas mãos quentes me apertando pelas costas
nada estava acontecendo na minha frente
e a ansiedade que havia não era pouca
teus dedos perguntavam pra minha blusa
se meu corpo acolheria um delinquente
descoladas as línguas um instante
minha resposta saiu um tanto rouca
Martha Medeiros

Luis Ferreira said...

Um grande momento...

Uma partilha que agradecemos

Bjs
Luis

Pandora said...

Gosto muito de Florbela Espanca.

Um grande beijo de Parabéns!

Arnaldo Reis Trindade said...

cada vez melhor isso aqui, pena nao ter tempo pra visita-la, mas sempre que possivel virei aqui amiga..
beijosss

Anonymous said...

Florbela é fantástica e seu espaço idem...Voltarei se permitires!

Unknown said...

Olá Naela!

Cá estamos. Desta vez, creio que sem problemas. Mas, quem sabe? Tive um ror de chatices com o Google, o Gmail, uma data de porras! Mas, aparentemente os imbróglios estão ultrapassados. Assim seja. De qualquer forma – mudei tudo uma vez mais. Por isso, regista, por favor:

hantferreira@gmail.com

www.aminhatravessadoferreira.blogspot.com

Espero que seja esta a versão definitiva deste meu (e teu) blogue. Já bastou o que bastou. Apenas deixo aqui um propósito: continuar o que já tinha(mos) feito e, da minha parte, tudo fazer para que ele seja ainda melhor do que os anteriores, «mortos em combate»…

Vem aqui, como já o fizeste nos dois outros «definitivelmente» falecidos na generalidade e na especialidade (RIP). Deixa comentários, escreve, colabora, manda fotos – insulta-me se assim o entenderes. Os gordos têm costas largas… Fico à tua espera, com esperança qb e uma pitada de ansiedade. Sal & pimenta & coentros à vontade do freguês. Bem-vinda

Qjs!

Carlos Rebola said...

Só mesmo dum intenso amor, como Florbela Espanca era capaz de sentir, poderia resultar esta pérola feita poema.

Beijos
Carlos Rebola

Carla said...

adoro Florbela espanca...obrigada pelo poema
beijos e bom fim de semana

Daniel said...

Naela

A beleza da forma sensual, que a poetiza alentejana dava à sua escrita, não foi muito cumpreendida na época. Aqui está a prova de que estava avançada no tempo.
De resto o tipo de poesia adaptar-se-á ao teu pensamento. Não será um acaso a bela selecção.
Beijo,
Daniel

luis lourenço said...

A imagem e o poema são divinos...a Florbela é o jogo da vida e da paixão celebrado na poesia...muito perfume no teu cantinho.

beijinhos

meus instantes e momentos said...

é bom voltar aqui. Tenha um belo final de semana.
Maurizio

bsh said...

Querida Naela,

Excelente escolha.

Poema tão delicioso como tantos outros de Florbela, a poetisa do amor!

Para si:

http://img152.imageshack.us/img152/362/selohs3.jpg

http://desabafos-solitarios.blogspot.com/

Regresso.....Palavras sentidas, oh tempo! Cheguei...