Monday, September 8, 2008

O Sol nas noites e o Luar nos dias...

Rodrigo contemplou por longos momentos a mulher que dormia em sua cama, os cabelos ocultavam o rosto, passou os dedos delicadamente pelos fios de cabelo para não despertá-la.

O olhar prendeu-se naquele rosto, os lábios partiam-se num gesto silencioso e a serenidade do seu dormir mergulhavam em sua identidade.
Deslizou o lençol que cobria parte do corpo, do seu lado a cama estava quente, tocou no inferno e sentiu o calor que emanava de sua pele, as pernas estavam semiabertas, os seios redondos e firmes cabiam em sua mão.
*****
Deitou-se perdido em pensamentos, não se lembrava dos acontecimentos da noite anterior, julgava estar consciente de todos os episódios, mas pela ausência deles estava certo que perdera a consciência em qualquer momento e agora estava assim...desesperado!
*****
No chão as roupas estavam espalhadas, abriu a carteira, espiou os pertences desta mulher que nem o nome sabia e viu um bilhete escrito com a sua caligrafia, dizia que se sentia só, que precisava de companhia, havia traços de poesia inacabada, rabiscos, nomes em vão, algarismos e a morada de sua casa...ah lembrava-se que tinha escrevinhado qualquer coisa...e na mesa ao lado estava uma mulher sentada sozinha com o olhar perdido, aproximou-se dela e entregou o tal bilhete!
*****
Caminharam em silencio, Rodrigo abriu a porta de sua casa e deitou-a na cama, murmurou palavras desconexas e soltou os cabelos presos deixando cair como uma cascata em seu peito, limpou as lágrimas beijando cada gota cristalina como um vinho raro e doce, bebeu e embriagou-se em seus beijos, ela cavalgou em si como um animal insaciável, buscando a liberdade, e ele deixou-se dominar pela sua força, caiu em seus braços afagando o seu desejo com o encanto de sua aura, despindo a fragilidade de seu ser!
*****
Ela adormecera em seus braços e os dois se perderam em seus mundos solitários...
Levantou-se sem fazer barulho, fechou as cortinas da vida deixando a escuridão inundar seu mundo, caminhou feliz para a cama, puxou-a para perto de si, ouvindo um gemido doce e num sussurro disse-lhe:
- Ainda é noite meu bem, temos a infinitude do tempo do nosso lado!

15 comments:

Avid said...

Perfeito. Como um sol encantado e noturno. Um pensamento e um sonho enluarado.
Bjs meus

Three Love´s said...

...que lindo! Lindo, romântico, sensual...

Linda, obrigadíssimo pela carinho comigo ao presentear-me... é uma delícia e um prazer ser lembrado por você. B.e.i.j.o.s. mil;

Unknown said...

a fazer lembrar noites de verão....

beijo terno

ps. excelentes noites quentes

Ariana Coimbra said...

Perfeito! (2)

Arrepiei aqui!rsrs

Beijo

Karine Leão said...

As imagens completam o texto e vice-versa.

Um beijo Karinhoso e ótima semana!

Carla said...

encantamento
foi assim que fiquei...nesta solidão partilhada
perfeita a escolha das fotos...então a última deixou-me perdida a olhar para ele enquanto o luar dos dias me invadia
beijos

Regular Joe said...

Lindo! Quando o amor e a paixão se encontram, e têm a inteligência pronta para descrever-lhes o conúbio, eis aí a explicação para o seu texto, minha linda... adorei.
Aproveito o espacinho daqui, também, para agradecer o mimo do selinho. Beijinhos virtuais, muitos, de gratidão e de reconhecimento!
João

Daniel said...

Nela

Um agradável texto, que prende mesmo o leitor, as ilustrações muito a propósito, embelezam.
Considero-o um excelente conto.
Beijos,
Daniel

Moda Trash said...

Olá Naela! Obrigada pelo comentário e a visita em meu blog! desculpe o atraso, é pq eu estou sem muito tempo! Lindas as fotos aqui! Mta boa as escolhas! Que sensibilidade, hein?
vou te add no meu blogroll!
bjokasssssss

Canephora said...

E perdido no calor que emanava do seu corpo... embriagou-se mais uma vez no amor de uma estranha que agora jazia na sua cama... até quando?
Talvez até que o sol botasse pela fresta da cortina...

Karine Leão said...

Naela,

Tentei comentar lá em cima no selinho e não consegui...

Viver sem preconceito é raro no mundo de hoje...

Abraços e adorei sua visita... volte sempre!

Pandora said...

Adorei este texto.
Obrigada pelo presentinho.

Bj Grande

Anonymous said...

Virarmo nos do avesso
aluados em constante ligação dos contrários com espaços amnésicos
mais assíduos.
Se calhar passam por aí algumas soluções.

Por outro lado, é bom saber que ainda há seios que cabem na mão...

Xaxuaxo

RENATA CORDEIRO said...

Vc escreve muito bem,Naela, pena que vá pouco ao meu Blog. Como você me deu força eu ficarei não sei até quando. O post está mais longo ainda porque no fim pus flores para todos, que cada qual vá lá e colha a sua.
Um abraço,
Renata
wwwrenatacordeiro.blogspot.com

mitro said...

Adoro estes infinitos...

Regresso.....Palavras sentidas, oh tempo! Cheguei...